
Nada é tão ruim no Fluminense que não possa aumentar a crise. Principalmente para o presidente Roberto Horcades. Além de amargar a iminência do rebaixamento do clube, que agoniza na lanterna do Campeonato Brasileiro, após a goleada sofrida para o Grêmio (5 a 1), o dirigente desmentiu os boatos de que teria sido agredido por torcedores.
A suspeita foi levantada após Horcades dar entrada com uma lesão no ombro no Hospital Samaritano. O dirigente explicou que sofreu um acidente doméstico, mas admitiu estar preocupado com a situação do time. Porém, contou que não se preocupa com a ameaça de impeachment. Ele garante que não mudou sua rotina, continua atendendo em seu consultório e confia em uma reação do time tricolor.
Presidente, o senhor sofreu mesmo um acidente doméstico ou foi agredido por algum torcedor?
Não tem nada disso de ser agredido. No sábado, eu caí de um banco em casa. Fui tomar café e me desequilibrei. O banco não estava firme, devido ao chão liso. Era um banco mais alto. Ele correu e acabei levando uma queda, deslocando o ombro. Fui ao hospital, mas não teve nada demais. Já estou trabalhando normalmente.
Você deve ter acompanhado a goleada que o Fluminense sofreu do Grêmio. O que o senhor acha que aconteceu no Sul? Foi pura desatenção ou corpo-mole de alguns jogadores?
Não posso fazer juízo de ninguém sem estar presente. Eu estaria em Porto Alegre seu eu não tivesse sofrido esse acidente. Mas pelo que eu vi, o grupo está empenhado em tirar o time dessa situação. O clima entre o elenco e comissão técnica é bom também. Não sei o que pode ter acontecido, mas todos não podem ficar pensando no que já passou. Se ficar pensando em coisas ruins, vamos cair ainda mais.
Temos de pensar em coisas boas e que vamos nos recuperar na competição. Até o nosso elenco está melhor com os reforços que chegaram. Temos um time razoável e que pode nos salvar.
O presidente acredita mesmo que o time vá escapar do rebaixamento ou já trabalha pensando em uma futura disputa da sgeunda divisão?
Não quero pensar nisso, já que a esperança é a última que morre. Temos chances matemáticas e não podemos nos entregar. Temos a obrigação de brigar até o fim. A gente procura incentivar os jogadores e até o torcedor, com promoções de ingressos. Tem de haver uma corrente para salvar o clube, como fizeram os outros clubes do Rio. Temos de levantar a cabeça e pensar vencer o próximo compromisso.
Sua vida particular mudou devido à crise no clube? Você tem evitado certos lugares ou mesmo mudado a sua rotina para não ser interpelado por alguém, ou sofrer ameaças?
Moro no mesmo lugar há 64 anos e conheço todos no meu bairro, que é as Laranjeiras. É claro que sempre tem alguém cornetando. Isso não vai mudar, pois as cobranças serão em cima de mim, e dos jogadores. Mas continuo atendendo normalmente em meu consultório de cardiologia. Porém, o torcedor tem de entender que trabalho para o melhor do clube. Sou tão apaixonado quanto eles. Além disso, não sou eu quem perco gol feito ou cara a cara com o goleiro.
E sobre as ameaças de torcedores no aeroporto, as hostilidades recentes sofridas pelos atletas, inclusive com a invasão das Laranjeiras? Isso não pode abater demais os jogadores?
Jogador que atua em time grande tem de conviver com a pressão. Ou não tem condições de defender o Flu. Todos serão cobrados mesmo e a torcida tem de cobrar. O que não podemos é temê-la. Ela é nosso 12º jogador. Espero que ela não nos abandone. Inclusive, peço a ajuda da imprensa também para salvar o futebol do Rio. Estamos sofrendo críticas demais ultimamente. Precisamos de carinho e apoio.
Sobre a ameaça de impeachment que você pode sofrer na sua administração. Isso também o incomoda?
Não tenho medo de nada. Não tenho que explicar nada. É impressionante como ninguém me criticava quando o time estava na final da Libertadores. Agora, ficam criando coisas para tumultuar ainda mais o ambiente. Vou ao Conselho Deliberativo me defender. Não há nada de errado. Só temos de pensar em salvar o clube dessa situação ruim.
O Dia
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