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sábado, 14 de maio de 2011

Dívidas do Flamengo cresceram e chegam a R$ 305 milhões na gestão de Patrícia Amorim

No fim de semana em que o time conquistava o Campeonato Carioca de forma invicta, a diretoria do Flamengo publicou, sem alarde, no site oficial do clube, o balanço patrimonial de 2010. Os números revelam o estado atual das finanças rubro-negras e expõem uma contradição entre o discurso de austeridade e uma dívida que continua a crescer (9,7% em 2010), chegando a R$ 305 milhões.

A pedido do Jogo Extra, a Parker Randall Auditores Independentes analisou os números apresentados pela diretoria rubro-negra, traçando relações entre gastos, receitas e resultados dentro de campo e das quadras e piscinas.

O clube fechou 2010 com um déficit operacional menor (- R$ 21,7 milhões) do que no ano anterior (- R$ 31 milhões). Isso se deveu, em grande parte, às receitas de marketing, especialmente da Olympikus e da Batavo, uma vez que, em 2009, o time passou alguns meses sem patrocínio, a exemplo do que tem acontecido nesta temporada.

Mas dentro de campo o Flamengo não conquistou os sonhados tetracampeonato carioca, hepta brasileiro e bi da Libertadores. Pelo contrário. No Brasileiro, lutou até a penúltima rodada para escapar do rebaixamento. Em compensação, o futebol apresentou superávit de R$ 41 milhões, que pode ser explicado por um corte de R$ 19,3 milhões nas despesas.

Todo esse lucro, porém, acabou consumido pelo departamento de esporte amador, principal reduto eleitoral de Patrícia Amorim, que justificou o déficit de R$ 38 milhões do amador com necessidades emergenciais como obras e pagamentos de salários atrasados na natação, futsal e ginástica.

Há números, porém, que preocupam. Segundo a Parker Randall, o dado mais alarmante são os impostos em atraso, que atingem a cifra de R$ 50 milhões, sem especificar se o valor está acrescido das multas e juros — o que poderia elevar o montante para R$ 71 milhões.

O item "Impostos e contribuições sociais a recolher" apresenta valores que não condizem com o discurso utilizado pela presidente Patrícia Amorim, que no ano passado se vangloriava de pagar os impostos em dia. Em 2009, essa dívida aumentou em R$ 2 milhões. Em 2010, cresceu mais R$ 18 milhões, chegando a exatos R$ 51.968.682.


CLUBE DEVERÁ R$ 100 MILHÕES SE VENDER TUDO O QUE TEM


Pior do que a eliminação na Copa do Brasil, cuja conquista era o principal objetivo do clube no ano, são as dívidas de curto prazo, que devem ser pagas até dezembro e cresceram quase 50% no ano passado. O montante passou de R$ 151 milhões de 2009 para R$ 224 milhões, um aumento de R$ 73 milhões, que representam R$ 200 mil por dia, referentes a empréstimos feitos aos bancos Industrial (R$ 34 milhões) e BMG (R$ 8 milhões), além de juros que somaram R$ 25 milhões relativos a empréstimos anteriores.

O item "Passivo a descoberto" aponta que o clube, se vendesse todo o seu patrimônio atual, ainda teria R$ 100 milhões de dívidas, nada menos que R$ 21 milhões a mais do que no fim de 2009.

A situação tende a ficar ainda mais complicada nesta temporada. Apesar do título estadual e da contratação de Ronaldinho, o clube ainda não conseguiu um patrocinador master para o uniforme. Nos esportes olímpicos, o investimento mais forte foi no nadador Cesar Cielo, campeão e recordista mundial dos 50m e 100m livre.

A tábua de salvação pode ser o novo contrato de direitos de transmissão com a Rede Globo, cujos valores não foram revelados, mas estima-se que girem em torno de R$ 100 milhões.

Procurados pelo Jogo Extra, tanto a presidente Patrícia Amorim quanto o vice de finanças, Michel Levy, não responderam às ligações.

Fonte: Caio Barbosa globo.com

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